Posts Tagged ‘aprendizado’
Sobre o filtro da emoção…
Posted by: paulabertho on abril 17, 2012
Dois pesos, uma medida
Posted by: paulabertho on julho 27, 2011
A relação professor x aluno
Posted by: paulabertho on março 17, 2011
Posted by: paulabertho on abril 17, 2012
Posted by: paulabertho on julho 27, 2011
Posted by: paulabertho on março 17, 2011
"A leitura é um modo de ver, e uma forma de viver. Nós, animais insatisfeitos e robôs rebeldes, encontramos nas palavras um microscópio para captar o minúsculo, um telescópio para intuir o longínquo, um periscópio para ver ao redor, um estetoscópio para investigar o profundo." (Gabriel Perissé, in "A arte da palavra", p. 23.)
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Com o advento da internet e o aumento do volume comunicativo via rede mundial de computadores, não demorou muito nos vimos envolvidos pelo brevíssimo vocabulário do “internetês”. A linguagem abreviada do mundo virtual pouco a pouco foi lançada em diversos contextos da nossa sociedade, correndo, hoje, o risco de transitar – diga-se de passagem, com aceitação – até mesmo em ambientes nunca, antes, imaginados: as escolas, onde a língua ortodoxa sempre fora o código privilegiado de comunicação e, por vezes, o único admitido nas práticas escritas.
Esse fenômeno foi recente. Mas, mais recente ainda que ele, tem sido outro, o da chegada do “empresês”.
Se na virtualidade a simplificação do idioma na nova escrita do “internetês” já nos é familiar, a elaboração, o rebuscamento, o exagero do mundo empresarial anda forjando uma linguagem prolixa e, por vezes, ineficiente.
A proliferação do “empresês” nos leva a considerar que as empresas precisam perceber que, mais do que ter domínio – ou fluência – de um idioma estrangeiro, seu funcionário precisa, antes, conhecer sua própria língua materna, no caso, o português. E não estou considerando aqui a competência (ou não) em relação à correção, à capacidade de evitar os “erros ortográficos” ou gramaticais; dimensiono, sobretudo, a dificuldade de articular pensamentos de maneira clara, eficiente e precisa, expressando-se suficientemente de modo escrito a ponto de ser compreendido.
Em tempos de e-mail e internet, ainda que conscientes de que sabem, sim, escrever, mesmo deixando “escapar erros”, em muitos setores das organizações encontramos profissionais com medo de redigir qualquer tipo de documento. E pior, junto a esse medo, há a agravante ilusão de que a falsa erudição é sinônimo de qualidade. É preciso enfatizar: “enrolar” não garante qualidade à expressão escrita, pelo contrário, faz da falta de clareza um dos piores defeitos dela.
Um “plus” na conversa, um “upgrade” na carreira, o “estresse do câmbio”, a bolsa “operando em baixa”, a “apreciação do dólar”, a “expertise” do analista, a “correlação de forças”, a “otimização do processo”, o “feeling nos negócios”, a “sinalização de soluções” ou a “afinação da equipe” são construções que refletem, simultaneamente, um uso de palavras em demasia e um esvaziamento de significado. São resultado de uma forma de expressão supérflua, enfadonha e ineficiente, dados os objetivos fundamentais da comunicação – comunicar e ser compreendido. Quando muito são mostras de um falso conhecimento, uma apropriação frágil, superficial e permeada de jargões no tratamento de um tema. Aliás, é essa falta de efetividade na escrita que consiste o maior desafio a ser superado atualmente pelas organizações em termos comunicativos.
Além das expressões acima, para nos divertirmos, melhor dizendo, sermos advertidos um pouco mais no que toca a qualidade da comunicação, vale prevenir quanto à ineficiência expressiva que apresentam “agregar valor”, “alinhar” os discursos, “apresentar soluções”, “construir a convergência”, o “foco no cliente”, a “mudança de paradigma”, o “problema dimensional” e – pasmemos -, mas até mesmo “vestir a camisa” não é bem-vindo quando o sucesso da organização depende da comunicação eficiente.
A “fórmula do sucesso” para “alcançar resultados” é descomplicar a escrita.
* Paula Renata Bertho, professora de Língua Portuguesa do UNIVEM
Uma folha em branco, uma caneta, um tema e a necessidade de conseguir um bom resultado. Quem participou de processos de seleção, provavelmente já esteve frente a frente com uma prova de redação.
Esse tipo de instrumento de avaliação tradicionalmente empregado para selecionar em vestibulares, nos últimos anos, vem ganhando destaque especial nos recrutamentos realizados por empresas. Nesse caso, no entanto, por ser analisado de várias formas, o objetivo do teste muitas vezes confunde os candidatos e levanta dúvidas. Afinal, que idéias devem ser transmitidas e como as informações serão avaliadas?
De acordo com a política de recursos humanos de cada organização, esse tipo de teste é usado como etapa para “peneirar” os candidatos. Algumas aplicam redações para avaliar o perfil do concorrente à vaga por meio da grafologia (estudo da letra, que analisa comportamentos). Outras examinam o domínio do idioma, verificando a clareza das idéias (objetividade) e a estrutura gramatical. Há ainda as que usam os textos para checar a atualização dos profissionais (ou a falta de familiaridade com os temas propostos).
Logo, seja qual for a maneira de avaliar, a redação é um elemento cada vez mais presente nas ferramentas de seleção das empresas.
Da parte dos avaliados, porém, imprimir conteúdo de qualidade a um pedaço de papel chega a ser, para algumas pessoas, uma verdadeira batalha. Algumas redações não obedecem à regras básicas como começo, meio e fim. Outras até que são bem explanadas, mas não conseguem ser bem concluídas. A falta de criatividade e os erros ortográficos e de concordância também são apontados por especialistas como desvios sérios na qualidade das redações e que precisam ser trabalhados com atenção.
A organização das idéias nos textos e a adoção de um meio-termo no vocabulário são, assim, dois itens em que os candidatos devem prestar atenção. A escolha das expressões certas é importante. Quem gosta de ser sofisticado com as palavras, por exemplo, precisa ser cauteloso para não se tornar pedante.
A concepção de que saber escrever é um requisito obrigatório apenas para profissionais que utilizam o texto como ferramenta de trabalho não passa, dessa forma, de falso pressuposto, uma vez que dominar a língua é um requisito de fundamental importância para todos.
* Paula Renata Bertho, professora de Língua Portuguesa do UNIVEM